Wednesday, November 01, 2006

 

JORNALISMO DO CIDADÃO





TERMOS E CONCEITOS



O CIBERJORNALISMO é uma realidade dos novos tempos e a tendência é que se alastre cada vez mais, ameaçando mesmo os media tradicionais.

Dentro deste fenómeno do jornalismo digital nasceu um outro apelidado de JORNALISMO DO CIDADÂO, que tem gerado várias discussões e reflexões e que ameaça de forma bastante séria o jornalismo tradicional.

CIDADÃO JORNALISTA é um espaço destinado aos leitores e ouvintes que ao relatarem factos e experiências da sua cidade, comunidade e quotidiano, tornam-se repórteres por um momento. Esta definição resume em certa medida este fenómeno emergente, mas é demasiado simplista se quisermos encontrar um enquadramento histórico desta nova forma de jornalismo.

O termo JORNALISMO DO CIDADÂO é uma novidade. Surgiu nos últimos anos para designar o trabalho do internauta produtor de informação. Emergiu após as eleições americanas de 1988 porque a população sentiu que os media tradicionais estavam a ser condicionados e duvidaram da sua independência.

A Internet permitiu um avanço enorme desta nova forma de jornalismo e dispõe de ferramentas essenciais para a sua sobrevivência: páginas pessoais, blogs, videoblogs, fotoblogs, blogs de áudio, páginas de produção compartilhada, Wikipedia, Overmundo etc, páginas em que se pode publicar o nosso próprio vídeo ou a foto que fez de um acontecimento, You Tube, Flickr etc.

Na Internet hoje, são muitas as possibilidades oferecidas para quem quer ter o seu próprio veículo de comunicação. Uma revolução, que aponta para uma época em que o utilizador (leitor, telespectador, ouvinte) deixa de apenas receber informação para ser também um produtor.

Em todo o mundo, nos países pobres ou ricos, os media tradicionais estão a ser transformados por um competidor que não existia antes, a própria sociedade. Empresas de comunicação social tradicionais têm de repensar os seus modelos de negócio e mesmo o seu modelo de redacção para competir nos novos tempos.

Leonard Witt dá um conselho aos media tradicionais: “não deitem fora a informação que, cada vez mais, está acessível nestas novas formatações de conteúdo (como os weblogs) …reciclem-na.”

O termo JORNALISMO DO CIDADÂO foi adoptado em todo o mundo. Ele não exclui a produção dos jornalistas profissionais, acrescenta a ela a contribuição de cidadãos jornalistas, leigos que são testemunhas de factos importantes, gente que está no lugar certo e na hora certa para cobrir um evento, especialistas que podem falar melhor sobre determinado assunto e ainda todas as vozes que simplesmente desejam se manifestar.

NOMENCLATURA


Devido à nomenclatura, muita gente confunde JORNALISMO DO CIDADÂO com jornalismo cívico ou o jornalismo feito pelos órgãos de comunicação social com enfoque nos interesses do cidadão. Há também quem diga que o JORNALISMO DO CIDADÂO tem a cidadania como temática. Ele envolve a questão de cidadania, na medida em que as pessoas assumem o seu espaço na comunidade ao participar da produção de notícias e da comunicação, mas a prática ultrapassa os limites dos temas sociais ou cívicos e envolve qualquer campo do conhecimento humano.

Os recursos da web popularizaram o movimento do JORNALISMO DO CIDADÂO, mas isso não significa que ele só exista no ambiente virtual. Uma foto ou um vídeo caseiro também são bons exemplos. O que a internet faz é distribuir esse conteúdo para um universo muito mais amplo de leitores.

Os veículos de comunicação tradicionais também abrem espaço, na medida em que divulgam a produção de seu público. O JORNALISMO DO CIDADÂO não é, portanto, um concorrente do jornalismo tradicional. Eles podem ser aliados em alguns pontos e podem estar em campos opostos em determinados temas e debates.

Esse fenómeno está em pleno desenvolvimento e, por isso, coexistem várias formas de o nomear:

JORNALISMO PARTICIPATIVO – Ocorre, por exemplo, nas matérias publicadas por veículos de comunicação que incluem comentários dos leitores. Os comentários somam-se aos artigos, formando um conjunto novo. Dessa forma, leitores participam da notícia. Isso é mais frequente em blogs.

JORNALISMO COLABORATIVO – É usado quando mais de uma pessoa contribui para o resultado final do que é publicado. Pode ser um texto escrito por duas ou mais pessoas ou ainda uma página que traga vídeos, sons e imagens de vários autores.

JORNALISMO CÓDIGO ABERTO – Surgiu para definir um estilo de jornalismo feito em sites wiki, que permitem a qualquer internauta alterar o conteúdo de uma página. Também pertencem a esse grupo vídeos, fotos, sons e textos distribuídos na rede com licença para serem alterados e retrabalhados.

JORNALISMO GRASSROOTS - Refere-se à participação na produção e publicação de conteúdo na web das camadas periféricas da população, aquelas que geralmente não participam das decisões da sociedade. Quando elas passam a divulgar as próprias notícias, causam um efeito poderoso no mundo da comunicação. Quem usa esse termo defende a ideia de que o JORNALISMO DO CIDADÂO está directamente relacionado à inclusão dessas camadas no universo criado pelas novas tecnologias de comunicação.


EXEMPLO DE SUCESSO


O OhmyNews foi a primeira tentativa bem-sucedida, na Internet, de revolucionar o processo de procura de notícias ao criar o slogan "cada cidadão é um repórter". Quando o jornal online foi lançado em Fevereiro de 2000, na Coreia do Sul, 727 cidadãos apresentaram-se como repórteres enquanto o staff do site não passava de quatro jornalistas. Hoje, a redacção tem 35 profissionais e o corpo de "cidadãos repórteres" totaliza 35 mil nomes, que enviam em média 200 notícias diárias para as edições online, impressa e em vídeo do OhmyNews.

A experiência sul-coreana chamou a atenção dos especialistas em imprensa no mundo inteiro por conta do seu impressionante crescimento – e por atropelar todos os esquemas convencionais em matéria de relacionamento entre jornalistas e leitores. Apesar de ainda verem com desconfiança o fenómeno OhmyNews, instituições veneráveis como o New York Times e a BBC passaram recentemente a olhar com outros olhos a participação dos leitores no processo de colheita de informações.

A Internet permitiu que a fórmula do cidadão-repórter ganhasse uma dimensão muito maior ao agilizar enormemente a interacção entre jornalistas e público. Mas foi o fenómeno dos weblogs que criou ferramentas que deram ao utilizador da web a capacidade de publicar as suas opiniões e informações de forma fácil e imediata. O OhmyNews foi ainda mais longe ao incorporar pessoas comuns na produção de notícias de actualidade num veículo jornalístico.

Os milhares de repórteres do jornal sul-coreano enviam as suas notícias pela Internet directamente para a redacção, onde a quase totalidade do pessoal começou como colaborador free lancer. O material é revisto antes de ser posto no site. A partir daí começa um processo de avaliação da informação pelos próprios leitores. Todo o processo é acompanhado pelo staff permanente, que é também responsável pela produção de matérias de agenda não cobertas pelos cidadãos-repórteres.

O grande desafio é o da autenticidade das informações enviadas pelos amadores. Oh Yeon Ho, 38 anos, fundador e editor-chefe do OhmyNews, admite que este é o grande calcanhar de Aquiles do jornal mas explica que o índice de erros é menor do que os cometidos pelos demais jornais coreanos, que publicam apenas notícias recolhidas por jornalistas profissionais.

A grande diferença em relação aos média convencionais são as variações de qualidade entre os textos publicados. Eles não seguem um padrão único, reflectindo a diversidade dos colaboradores. Os editores só alteram o texto original quando a compreensão é comprometida.

O colaborador responsável por uma notícia publicada recebe o equivalente a um dólar por matéria. É um valor quase simbólico, compensado largamente pelo prestígio social adquirido pelo autor junto aos seus vizinhos e colegas de trabalho. Actualmente cerca de 15 milhões de pessoas visitam diariamente o site do OhmyNews. É algo como 35% da população sul-coreana, e mais do que a soma da circulação diária dos dois maiores jornais impressos do país.

Outra curiosidade é a situação financeira do OhmyNews. Actualmente o site factura em média 2,2 milhões de dólares por mês com publicidade e contribuições do público, para um gasto de 2,1 milhões de dólares, tendo um lucro mensal de 100 mil dólares.


FERRAMENTAS


Ferramentas de publicação acessíveis na rede, produção simples, a baixo custo e ao alcance de todos, revolucionaram o modo como as pessoas consomem, interpretam, produzem e divulgam informações. Elas permitem ao internauta deixar de ser um receptor silencioso para tornar-se um criador. Falamos sobre as principais ferramentas que contribuem para a descentralização da produção: blogs, podcasts, fotologs e videologs.

O blog, fenómeno mais popular actualmente, permite publicar qualquer tipo de conteúdo digital. Os blogues tornaram-se a ferramenta de comunicação preferida dos cidadãos digitais.

Os Podcast são uma forma de distribuir arquivos digitais de música pela Internet. O cidadão-jornalista encontra no ciberespaço um meio eficaz para a difusão das suas histórias sem grandes custos. Estes factores funcionam como um estímulo para qualquer cidadão-jornalista: os registos vídeo e aúdio captados encontram na Internet o espaço ideal para a sua difusão.

O Flog, abreviatura de Fotoblog, consiste num blog feito com recurso a fotos. Devido à crescente popularização das câmaras digitais e dos telemóveis da terceira geração, o número de flogues cresceu consideravelmente.

O Vlog, abreviatura de videoblog, é um blog feito à base de vídeos. Tem tido grande aceitação e difusão pelos cidadãos-repórteres.

Todas estas ferramentas contribuem para o avanço do JORNALISMO DO CIDADÂO e facilitam a divulgação cada vez mais alargada de conteúdos de todos os géneros na Internet.


PERSPECTIVAS CRÍTICAS


O JORNALISMO DO CIDADÂO é também assunto para muitas discussões. A ética do que é produzido sem regras e técnicas jornalísticas é a primeira questão que emerge.

Quem garante a veracidade da notícia?

Que cuidados toma o autor não profissional em relação ao que produz?

É preciso tirar um curso na faculdade para exercer a função de jornalista?

Quais são os limites da privacidade num mundo onde todos são repórteres?

O JORNALISMO DO CIDADÂO já entrou para nosso quotidiano, mesmo que não saibamos que ele tem esse nome. Ele fica bem visível quando há um facto de repercussão internacional, como foram os atentados à bomba no metro e num autocarro em Londres, em julho de 2005. Todos os veículos tradicionais – TV, rádio, jornais, revistas – mostraram o material produzido pelas testemunhas, pessoas que não são jornalistas e produziram notícia naquele momento.

O JORNALISMO DO CIDADÂO é uma conversa entre quem faz a notícia e quem a recebe. Ele substitui o formato de palestra dos veículos de comunicação de massa, no qual uma pessoa fala e a audiência escuta. Essa metáfora da conversa que substitui a palestra é usada pelo jornalista norte-americano Dan Gillmor no livro "We the Media", lançado em 2004, uma análise sobre o fenómeno do JORNALISMO DO CIDADÂO.

A imagem de Gillmor aponta para o potencial que existe no encontro das novas tecnologias com a comunicação: a participação da comunidade. Gillmor defende a ideia de cada pessoa ser um produtor de notícias, dando espaço a vozes que estão caladas, criando novas formas de expressão e aprendizagem.

No lugar dos veículos tradicionais, sites montados por cidadãos não formados em jornalismo têm conseguido oferecer serviços ao público com maior eficiência. O escritor americano falou a jornalistas e críticos dos média em São Paulo durante o Colóquio Latino-Americano sobre Observação dos média.

"Com as novas tecnologias, como a internet e o telemóvel, os média democratizaram-se. Não no sentido de maiores direitos das pessoas, mas de maior participação de todos na comunicação."

Ele enumerou alguns exemplos de serviços montados por cidadãos que competem - e até ganham - aos grandes veículos de comunicação em massa nos Estados Unidos, num mercado com mais de 200 milhões de internautas.

1. O site Craigslist, criado por um estudante universitário em 1995, já é hoje a principal ferramenta de anúncios classificados dos Estados Unidos, com cerca de quatro biliões de acessos por mês. Os classificados, fonte de renda importante dos jornais impressos, estão a "migrar" para a internet.

2. A enciclodia Wikipedia, fundada em 2001, é uma das mais consultadas da internet.

3. O Chicagocrime.org é um exemplo de mistura, ou seja, uma combinação de interfaces diferentes que produz um serviço próprio. Misturando informações do site da polícia de Chicago com o mapa fornecido pela Câmara, o Chicagocrime.org, criado por um morador, mostra os locais onde mais ocorrem crimes em Chicago.

4. O tradicional jornal diário francês Le Monde tem-se adaptado à corrente do jornalismo dos cidadãos. O site do jornal oferece a possibilidade de seus leitores criarem blogs. Os melhores e mais lidos são chamados com destaque na capa do portal e alguns dos seus autores chegam a ser pagos para continuarem a escrever.

Em 2003 num artigo de Revisão de Jornalismo On-line, J.D. Lasica classifica JORNALISMO DO CIDADÂO mediante os seguintes tópicos:

1) participação da audiência (como comentários do utilizador presos a histórias de notícias, blogs pessoais, fotografias ou vídeos capturados de máquinas fotográficas telemóveis, ou notícias locais escritas por residentes de uma comunidade).

2) notícias independentes e sites da web de informação.

3) locais de notícias de participação desenvolvidos (OhMyNews).

4) locais de meios de comunicação que colaboram e contribuem (Slashdot, Kuro5hin).

5) outros tipos de média mais pequenos (listas de clientes, boletins informativos de e-mail).

6) locais de radiodifusão pessoais (KenRadio).

Para Shayne Bowman e Chris Willis nós estamos no começo de uma idade dourada do jornalismo, mas não é jornalismo como nós o concebemos, mas sim como os futuristas previram para 2021, “os cidadãos produzirão 50 por cento das notícias.”

Jay Rosen, professor de Jornalismo na Universidade de Nova Iorque, foi o principal mentor desta ideia de “Jornalismo Cidadão”, ainda antes de existir Internet. Criou o seu próprio blog “PressThink” Rosen realça que as melhores fotos dos ataques terroristas em Londres foram obtidas por telemóveis. Rosen conta até uma história muito particular em que o “Citizen Journalism” o ajudou: “ele ajudou a salvar a vida dos meus pais quando eles se encontravam presos em Nova Orleães, durante a tempestade Katrina. Graças aos sites de cidadãos jornalistas, os meus pais obtiveram informações preciosas sobre como sair da cidade”.

Para Bertrand Pecquerie, director do Fórum Mundial de Editores (a maior organização de responsáveis por jornais diários, representa mais de 18 mil publicações), "é absolutamente obrigatório [os jornais] recentrarem-se na sua comunidade. Ganharam uma distância demasiado grande em relação aos leitores e ao mundo real".


CEPTICISMO


Esta nova forma de jornalismo não é bem aceite por todos os profissionais da área da comunicação e as críticas são constantes.

Jornalistas de cidadão podem ser os activistas dentro das comunidades sobre as que eles escrevem. Isto gerou alguma crítica de instituições dos media tradicionais como o New York Times que acusou os proponentes de jornalismo público de abandonar a meta tradicional de objectividade.

Vincent Maher, do Laboratório de New Media na Universidade de Rhodes, aponta várias críticas a esta nova forma de jornalismo, nomeadamente no que diz respeito aos três E’s: Ética, Epistemologia e Economia.

Tom Grubisich num artigo publicado em 2005, investigou dez novos locais de jornalismo de cidadão e achou muitos deles fracos, faltando qualidade e conteúdo.

Mike Clemente da ABC não considera que esta nova prática possa ser designada de jornalismo “ é apenas uma contribuição do leitor”

Craig Newark, criador da Craigslist, também é da mesma opinião: “o que hoje vemos é o movimento do leitor se aproximar da produção de conteúdo, mas isso não substitui o papel do jornalista”.


OPINIÃO


Esta nova forma de jornalismo está a ter grande pujança actualmente. A minha opinião, principalmente como estudante de jornalismo, não é muito favorável a esta forma de conceber notícias.

Há que estabelecer fronteiras bem vincadas sobre o que é fazer jornalismo. Se for somente tirar umas fotos e captar umas imagens e acompanhar com um texto e depois publicar o resultado na Internet, então com certeza que os cursos de jornalismo não servem pra nada.

É precisamente este aspecto que se tem de se debater para esclarecer o que é o jornalismo de referência, praticado por pessoas formadas e com grande experiência e o jornalismo simplista sem grande qualidade em termos de conteúdo.

Não posso, no entanto, negar que o jornalismo feito por cidadãos traz uma grande vantagem no que diz respeito à sua instantaneidade e aos recursos que hoje o cidadão comum já tem, nomeadamente ao nível da tecnologia com o uso de telemóveis que captam e filmam imagens, câmaras digitais de fotografar e filmar, etc.

Mas penso também que só isso não chega. Estou de acordo com o fornecimento desse material a quem o tratará de maneira adequada e não cada um de nós fazer de si próprio um repórter. Corremos assim o risco de vermos matérias importantes para a sociedade tratadas de uma maneira simplista.

Para conseguir a perfeita harmonia entre esta nova forma de jornalismo e os media tradicionais será preciso um esforço muito grande principalmente por parte dos media tradicionais.

O JORNALISMO DO CIDADÂO não pode nunca rivalizar com o JORNALISMO DE REFERÊNCIA e para isso acontecer tem de haver uma estreita relação entre os dois lados da balança, para que se faça um verdadeiro serviço público que informe correcta e o mais verdadeiramente possível a sociedade.

Todos em conjunto podemos fazer um serviço público de qualidade, imparcial que ofereça ao receptor vários pontos de vista.

O conceito I the Media será assim afastado para dar lugar a um outro mais moderno e melhor: We the Media.


BIBLIOGRAFIA:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalismo_cidad%C3%A3o

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=286ENO002

http://intermezzo-weblog.blogspot.com/2006/08/documentrio-sobre-jornalismo-do-cidado.html

http://prisma.cetac.up.pt/artigopdf/9_joao_simao_prisma.pdf

http://shire.icicom.up.pt/3encontro/2006/10/apresentacao_convidada_blogosf.html

http://dn.sapo.pt/2006/06/08/media/cidadao_jornalista_revoluciona_media.html

http://atrium.wordpress.com/2004/04/17/jornalismo-participativo-pode-melhorar-media-tradicionais/

http://www.jdlasica.com

www.hypergene.net/wemedia/

http://www.pbs.org/mediashift/2006/09/digging_deeperyour_guide_to_ci.html

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Comments:
Na minha opinião, o Jornalismo do Cidadão não é um bom caminho a seguir, no futuro do jornalismo.

Penso que cada profissional deve exercer as suas funções e que um vulgar cidadão, sem formação académica na área de jornalismo, nunca pode exercer o papel de jornalista.

Concordo com a possibilidade de os cidadãos poderem enviar livremente comentários sobre as notícias, poderem enviar fotografias e vídeos para a redação de um meio de comunicação. Até aí penso que não se põe nenhum problema.

O problema surge quando o cidadão veste a pele de jornalista e escreve notícias sobre variadíssimos temas da actualidade. Essa escrita reflecte quase sempre a falta de rigor e a falta de conhecimentos na área do jornalismo.

Se há profissionais especializados para cumprir esse papel, e muitos, infelizmente se deparam com o problema do desemprego, então porque havemos de dar asas a este jornalismo “open source”?

Como é possível que haja pessoas que defendem este novo jornalismo que, no meu ponto de vista, não traz nada de positivo para a nossa sociedade?

O público em geral que lê notícias nos blogues eleborados por esses “jornalistas cidadãos” corre o risco de ficar mal informado e de ler informação falsa ou tendenciosa.

stes “jornalistas cidadãos”, na generalidade dos casos, não seguem quaquer norma da conduta jornalística. Não têm qualquer formação específica para saberem como devem construir uma notícia, como devem citar as fontes, como devem fazer informação isenta, séria, concisa, entre outras coisas. Pergunto-me: “ Qual é a credibilidade que este jornalismo pode trazer?”

A nossa sociedade tem cada vez mais “fome” de boa informação, boa informação feita por profissionais, que sabem exactamente aquilo que pretendem transmitir e que têm a certeza do que escrevem ou dizem.

Assim, penso que não tem qualquer lógica apoiar, defender ou incentivar este tipo de jornalismo, pois parece-me mais um retrocesso do que um progresso. A qualidade da informação e o prestígio da profissão de jornalista ficarão cada vez mais comprometidos com o avançar desta nova forma de fazer notícias ou transmitir a realidade ao público. Cláudia Gomes, estudante de Jornalismo e Ciências da Comunicação na UP
 
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