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Freitas do Amaral, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, decidiu, ontem, não participar numa conferência de imprensa no final da reunião com Peter Mackay, seu homólogo canadiano, no rescaldo da mais recente polémica sobre a imigração portuguesa no Canadá.

"Não vai haver conferência de imprensa depois da minha entrevista com os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Emigração do Canadá porque eles decidiram não aceitar a presença da imprensa portuguesa e eu, nessas condições, disse que também não aceitava a presença da imprensa canadiana, uma vez que não aceito discriminações", frisou Freitas do Amaral.

O diplomata português preferiu emitir um comunicado na embaixada de Portugal em Otava para, assim, ilucidar todos os presentes acerca da reunião.

"Uma vitória para os dois países". Foi assim que Freitas do Amaral classificou a reunião que teve com os ministros canadianos considerando que o processo dos ilegais portugueses terá outro tratamento a partir daqui, sem, no entanto, deixar de referir que as deportações de portugueses vão continuar, porque “a lei é para cumprir".

O apoio que a Embaixada de Portugal vai dar aos emigrantes é uma resposta às críticas de falta de colaboração feitas por Ricard Boraks, um advogado de portugueses residente no Canadá, que considerou a visita de Freitas de Amaral "um insulto inaceitável ao povo e ao governo canadiano".

Entretanto, os emigrantes que serão obrigados a regressar a Portugal, na sua maioria açoreanos, já terão apoio por parte do Governo Regional dos Açores, que garante que não irá haver grandes dificuldades de adaptação das famílias de imigrantes ilegais deportadas do Canadá. “Não sabemos ainda quantas pessoas virão, mas o mercado de trabalho nas ilhas está pronto para as absorver”, diz Rui Bettencourt, director regional de Juventude, Emprego e Formação Profissional.